AINDA PRECISA MOSTRAR A QUE VEIO: os desafios da "Ótima Geração Belga"


2016 está acabando e uma das grandes decepções do ano foi a seleção da Bélgica. Uma seleção cheia de estrelas, mas que até agora não conseguiu engrenar coletivamente e formar um time competitivo.




Este não foi o primeiro ano em que os belgas nos decepcionaram. Em 2014, na Copa do Mundo, a impressão deixada foi a mesma. O time chegou às quartas de final, mas com pouco brilho.

Na Copa, a empolgante geração belga aproveitou adversários fáceis (Argélia, Rússia  e Coreia do Sul) e venceu os três jogos da primeira fase. Na estreia contra os africanos, Feghouli, Fellaini e Mertens marcaram na vitória de virada. Um jogo em que a Argélia não deixou a geração de ouro criar chances de gols, mas acabou pagando o preço no final com um gol tomado de bola parada. A virada veio no contra-ataque.



Nos outros dois jogos o time venceu pela vantagem mínima. Foram atuações fracas e sonolentas que não passaram batidas pelos torcedores brasileiros: ouviu-se “ time sem vergonha” vindo das arquibancadas no jogo contra a Rússia no Maracanã.

Nas oitavas de final contra o Estados Unidos, os Diabos Vermelhos fizeram a sua melhor atuação no torneio, criando muitas chances de gols principalmente no segundo  tempo, após o tento dos americanos que forçou os belgas a saírem paro o jogo. Tanto foi que o goleiro Tim Howard saiu consagrado como o recordista de defesas difíceis em um só jogo de Copa (17). Os belgas passaram com uma vitória de 2-1. Nas quartas de final, em um jogo de poucas emoções, Messi e Higuaín eliminaram os belgas.

Na Eurocopa deste ano, a Itália de Antonio Conte deu uma aula nos belgas logo na estreia. Na segunda partida, vitória de 3-0 sobre os irlandeses em partida onde brilhou a estrela de Lukaku - o atacante marcou dois gols. A classificação veio após a vitória sofrida em cima dos Suécia por 1-0.

Nas oitavas, a Bélgica não tomou conhecimento do adversário e meteu logo uma goleada para cima da Hungria. Mas de novo o time viria a ruir nas quartas de final. Frente aos galeses comandados por Gareth Bale, os Diabos Vermelhos tomaram a virada em lances de bola na área. A equipe até demonstrou um bom futebol no primeiro tempo, mas no segundo os galeses dominaram e abriram ainda mais a vantagem. Wilmots foi considerado o culpado por não ter tido a capacidade de mexer no time e organizá-lo. Mais uma vez a expectativa não se cumpriu e a seleção parou antes da semifinal.


Marc Wilmots foi uma aposta feita pela federação. O ex-meia é ídolo em seu país e foi um grande capitão da seleção enquanto jogador, mas como treinador não conseguiu mostrar consistência e padrão de jogo com os diabos vermelhos. Seu maior mérito a frente da seleção foi sair do 55° lugar no ranking da FIFA para o topo da classificação após as Eliminatórias da Copa, onde liderou o seu grupo com 23 pontos em 10 jogos (7 vitórias, 2 empates e 1 derrota).



Wilmots saiu e no seu lugar assumiu Roberto Martínez. O treinador espanhol já vem com mais bagagem e bons retrospectos a frente de Swansea e Wigan. Seu último trabalho no Everton foi muito contestado, o que não o impediu de receber o convite para treinar a seleção belga. Até agora foi bem no cargo. Apesar de ter perdido para a Espanha na estreia por 2-0 e empatado com a Holanda 1-1 em jogo bem disputado, os demais resultados foram goleadas que mostraram a força do ataque belga.

Classificar para a Copa do Mundo de 2018 será pouco para Martínez. Desta vez a expectativa é que a seleção jogue bem na Rússia e no mínimo repita a classificação às quartas conseguida no Brasil em 2014. Para alcançar este objetivo, Martínez trouxe Thierry Henry para ser seu auxiliar e ajudar em meio a um ambiente tão jovem e estrelado como é o da "ótima geração belga".


Ainda não sabemos se Martínez conseguirá ser uma espécie de Tite para os belgas, mas o desafio enfrentado gera semelhanças. Um grupo de grandes jogadores que nas suas seleções ainda não conseguiram encantar. O brasileiro já conseguiu recuperar o futebol vistoso, sempre tão esperado na seleção canarinha. Já o espanhol ainda vai ter que suar conseguir tirar o máximo de seus comandados.

Courtois, Meunier, Alderweireld, Denayer, Vertonghen, Witsel, Nainggolan, De Bruyne, Hazard, Carrasco e Lukaku são 11 jogadores respeitados no mundo todo. Nomes que mostram a força dessa geração, todos jogando em grandes ligas. Com a maioria deles em boa, surgem questionamentos naturais: por que não conseguem repetir desempenhos elevados na seleção?

Imprensa, torcedores e os próprios jogadores não estão felizes com esta situação. Ainda faltam dois anos para a Copa da Rússia, onde o elenco precisará mostrar que pode fazer jus às expectativas geradas. Terão que provar na seleção que não são conhecidos como grandes jogadores apenas em seus clubes. 

Essa geração de ouro tem potencial e uma chance valiosa de ficar marcada na história como uma das melhores do seu país, e não como mais um amontoado de estrelas.
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